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Histórias em Português

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Histórias em Português

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Portugal

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Jorge Soares
1

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Desde que me diziam para não os erros da minha . É certo que ela não tinha tido uma vida fácil : Engravidara aos 17 anos e culpava ? me constantemente pelos fracassos da sua vida . Como era incapaz de tomar conta de mim , tiveram de ser os meus a ir buscar ? me quando eu tinha seis semanas e a criar ? me como se fosse filha deles .

Eu era muito boa na escola e tinha uma relação fantástica com os meus avós . Até que descobri , no 8º ano , que ficar na rua com os amigos até era mais divertido do que ir para casa . Depressa perdi o interesse pelos estudos e deixei de ir à . As minhas notas baixaram e fui suspensa por faltar às aulas e por desrespeito para com os . Comecei a drogar - me e fugia constantemente para ir a festas . Vestia ? me toda de preto e tinha detestáveis . A minha vida totalmente descontrolada .

Os meus avós não conseguiam continuar a assistir à minha autodestruição . A minha vida não se orientava bom e , pior do que isso , a minha indiferença perante o caos em que tinha mergulhado não me afligia . Depois de se ter demitido de mim durante catorze anos , a minha mãe decidiu ? me . Via que me estava a tornar no que ela fora , o que lhe custava sobremaneira , e levou ? me a um de desintoxicação para .

No centro disseram que eu era uma boa candidata ao programa , mas que tinha de provar estar disposta a seguir as regras que me fossem impostas . Situado no meio de uma zona residencial suburbana , o centro contava com apoio psicológico qualificado , que em muito nos ajudava a alterar os nossos comportamentos autodestrutivos . Também nos era exigido que fôssemos à escola e que fizéssemos serviço comunitário .

As portas não fechadas e eu podia sair quisesse . No entanto , não me receberiam de volta se o fizesse . A minha terapeuta disse ? me que os estavam lá para me , mas que a decisão de me deixar ajudar caberia a mim . Como já não gostava do que via ao espelho e não queria magoar mais a minha família , decidi mudar .

Comecei a dedicar ? me de novo aos estudos e a participar ativamente nas sessões de terapia . Estabeleci boas relações com as outras raparigas , com quem partilhava divertidas e visitas de estudo interessantes . Aprendi novamente a tirar partido da vida sem recorrer a substâncias . Enquanto lá permaneci , o meu relacionamento com a minha mãe e os meus avós .

Muito disto deveu - se à minha terapeuta . Era uma mulher fantástica , que me ajudou a compreender muitos dos meus problemas e a curar algumas das feridas que eu tinha infligido à minha família e a mim mesma . Mostrou ? me , sobretudo , que se eu quisesse mesmo ser bem ? sucedida na vida , sê ? lo ? ia .

Quando terminei o secundário , fui para a escola de veterinária . Casei nova , com o meu namorado de sempre , e comprei uma casa . Tudo isto antes de fazer 25 anos . Fui capaz de realizar todos os sonhos que a minha mãe tivera para si mesma e para mim .

Sei que há muitas adolescentes que estão em semelhantes àquela em que eu estive , ou até piores . Se lhes pudesse dizer algo , seria que podem ser bem ? sucedidas se acreditarem nelas próprias .

Podemos sempre mudar para melhor .

A prova disso sou eu .